Galopeeeeeeeeeeeira!

O 'Devaneios da madruga' segue com os relatos do diário de bordo da viagem de Pedro de Toledo. A segunda parte falará sobre o dia de sábado até a madrugada de domingo. Este é o segundo capítulo da trilogia. Então, vamos a história.

Sábado - manhã e tarde

O dia de sábado começou para os integrantes da viagem às 9h30 da manhã. O primeiro a dormir tinha que ser o primeiro a levantar. Ao acordar, percebe que já haviam chego no sítio os dois adultos responsáveis junto de mais um integrante, de íncio tímido, para se juntar ao grupo.

Após tirar as más energias concentradas do último dia, hora de perturbar a paz de quem dormiu às 7h da manhã! Vamos começar a conversar, falar besteira e acordar a todos que ainda tentavam dormir. Aos poucos todos acordando é hora de sair do quarto e ver o sol.

Hora do ritual: pegar a primeira cerveja deste dia maravilhoso, ligar o som, ficar no famoso 'espaço lounge' sentado, bebendo e conversando. À medida que as pessoas acordam e se unem, surgem os primeiros relatos da noite anterior e o tempo de recordar o que aconteceu.

Manhã light e de risadas, os primeiros copos com água são vistos. Momento raro em toda a viagem. Conforme passam as horas, chega o momento do almoço. Alguns comem chili com arroz, outros se alimentam com salgadinhos. Cada um do jeito que achar melhor.

No meio da tarde, um grupo vai visitar um rio enquanto outro fica na casa. No rio surgem os primeiros problemas estomacais, pessoas correndo para o meio do mato. Outros tomam galhadas nas costas, mas, nada ainda de muito emocionante. Na casa, seguem as pessoas sentadas, conversando e ouvindo música. O final da tarde chega, as pessoas retornam ao sítio e ao cair do sol é hora de tomar banho e se preparar para a noite...

Churrasco, Ypioca, Fogueira e o Desafio do Sertão...

De noite, os grupos se dividem. Alguns ajudam a acender a fogueira, outros acendem a churrasqueira, um terceiro grupo prepara a comida/batidas e o último cuida de arrumar a cerveja no cooler. Com tudo pronto é hora de começar a assar as carnes.

Um grupo fica na fogueira, enquanto outro, com mais fome, fica ao lado da churrasqueira. Nesse momento as pessoas se revezam entre fazer a carne, cortar e quem levará uma parte da carne pronta para quem está na fogueira.

O revezamento acontece da seguinte forma: por exemplo, um está cortando a carne, cansa de fazer aquilo, vira para outra pessoa e fala 'você está promovido, agora você corta a carne'. Desta forma, diversas pessoas receberam promoções. Mais promoções do que receberão na vida toda, provavelmente, de tão grande que era a rotatividade da coisa.

Com todo mundo alimentado, hora de descer o cooler com cerveja pra fogueira, pegar o violão e começar o momento sertanejo. As pessoas sentam-se em troncos ao redor da fogo, começam as músicas e todos cantando. Até que surge uma ideia: 'vamos começar com a Ypioca que eu quero ver todo mundo louco hoje'.

Alguns desistem de participar. As primeiras doses começam só com três ou quatro bebendo. Todos muito timidamente. Até que chega a hora do 'Desafio do Sertão'. Lançado pelo violeiro do bando, ele consiste em cantar a famosa frase da música 'Galopeira': 'Galopeira, nunca mais te esquecerei!'.

O desafio é proposto a todos os membros masculinos. Aos poucos, cada um foi levantando, indo ao lado da fogueira e soltando a voz. Apenas um integrante ficou de fora do grande desafio. O julgamento foi feito pelo lado feminino que estava presente na fogueira.

Após isso, a Ypioca começa a ir mais rápido. Surge o momento 'Oração. Todos cantando, seguindo o violeiro que puxa o trem, ao som de Oração, da 'Banda mais bonita da cidade'. Depois, hora de sentar e vir outro momento musical. 'Taj Mahal', de 'Jorge Ben Jor'. No meio da música o momento 'Alguém play', em que as pessoas fazem algum som, alguma coisa para acompanhar a música. Participação especial até da 'natureza play' e 'lua play'.

Fui a feira e comprei, marshmallows, narguilé e um show...

Depois das músicas, hora de sentar de novo. Novamente, uma ideia: 'Vamos fazer aquela brincadeira de fui a feira e comprei algo e outro tem que ir repetindo e adicionando coisas'. Era uma brincadeira inocente até que o incontrolável aparece com o complemento: 'e quem perder vai ter que virar Ypioca'.

A brincadeira durou uns 10 minutos, mas foi suficiente para acabar com a garrafa toda num tempo recorde.   Após isso, um membro especial já foi ficando bem mais alegre, roubando a cena com coreografias e improvisos.

Em meio a isso tudo, chegaram os marshmallows para serem assados na fogueira. Alguns comeram, outros não. Um, em especial, o dono da coreografia, tentou tragar o marshmallow. Enquanto isso, surge um narguilé em que parte começa a usar.

Enquanto uma parte faz festa em volta da fogueira, outra vai ao 'espaço lounge' sentar e relaxar. Mas, a paz não dura muito tempo. Todo o grupo começa a chegar. O mais alegre senta, em um momento triste e diz: 'Gente, vocês me amam? Eu amo todos vocês.  Eu preciso ser amado também'. Em um ato de carinho, ele abraça a pilastra, como se fosse seu amor.


O frio faz com que a noite não seja tão longa quanto a anterior, aos poucos, todos se recolhem aos seus quartos. No quarto principal, onde está concentrada a maioria do grupo, começam novamente as conversas e zoações.

Um deita pelo frio, um outro casal também. O menino amoroso chega e pergunta: 'gente, desculpa, mas eu posso deitar? Eu só quero dormir meia hora, daí vocês me chamam, por favor.' Cinco minutos após ele deitar, tentam tapear o menino, falando que já tinha dado meia hora. Ele levanta empolgado, mas avisam que não tinha passado o tempo. Ele volta a dormir.

Mas não por muito tempo. Com a chegada de outras três pessoas, todos começam a falar e a brincar com o rapaz que queria dormir. Aí começa o show. Ao ser importunado, ele solta diversas pérolas como: 'Não mexe comigo, rapaz!', 'Aqui não tem moleque não!', 'Eu sou sujeito homem!', 'Não falo com a Bandeirantes!', 'Eu tô muito doido, meu velho!', entre outras.

Até uma hora que ele se cansou, se levantou e com as forças que lhe restavam disse: 'Aqui só tem demônio! Só tem demônio nesse quarto! Jesuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuis!'. Depois disso, foi escovar os dentes e trancado do lado de fora do quarto.

Na volta tentou abrir a porta, sem sucesso. Foi aconselhado por quem estava dentro do quarto a ir para o outro quarto. Ele quase foi, mas no outro quarto só estavam os casais. Neste momento, ele parou na frente da porta do outro quarto e se perguntou: 'Mas qual é meu quarto?' Foi ajudado por uma pessoa que ainda estava na sala e seguiu para seu quarto, ainda trancado.

Socou a porta, esbravejou, xingou. Dentro do local, seguia uma discussão: Abrir ou não a porta. Um disse que não iria levantar, um outro disse que ia abrir porque estava com pena, o terceiro falou que não tinha pena. O segundo levantou e abriu a porta, foi xingado mesmo ajudando e voltou para cama.

Com todos deitados, todos foram dormindo. O terceiro dia ia ser curto, pois parte dele seria dedicado a arrumar as coisas para ir embora, jogo do Brasil e a viagem de volta para casa. Amanhã termino meu diário de bordo sobre Pedro de Toledo. Até!

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