Aulas de francês

O Brasil, mais precisamente o estado de São Paulo, precisa ter umas aulas de francês. Não do idioma, mas sim de política francesa. O país europeu irá sediar a Euro-2016, o equivalente a Copa América para cá, mas com uma estrutura de padrão FIFA.

Vamos começar do início. Cinco anos antes da realização do evento, a França já se prepara e em ritmo acelerado para realizar a competição. Tudo bem, o País recebeu a Copa de 98 e possui parte dos estádios quase prontos para receber grandes eventos. Mas, ainda há o que se fazer.

Quatro estádios ainda serão construídos para a Eurocopa. O Bordeaux irá construir um novo estádio, no lugar do antigo. Ele terá 42 mil lugares e um custo aproximado de R$ 375 mi. Isso é menos da metade do que será gasto para a construção do estádio do Corinthians. Sem contar que o clube irá bancar se não toda, boa parte do novo estádio.

Já nos outros três estádios a situação é a seguinte: a cidade de Nice ainda não divulgou os custos para a ampliação do estádio municipal. O estádio em Lille, pertecente a comunidade da região, teve um custo total de R$ 724 mi. Nesse preço está incluído o custo todo do complexo, com restaurantes, estacionamentos e outras coisas. A 'grande reforma' do Maracanã, no Rio de Janeiro, já chega a R$1 bi. O último estádio, em Lyon, é do clube da cidade. O novo estádio ocupará o local do atual, Gerland, e terá custo de R$ 1 bi.

Já em São Paulo, o estádio particular do Corinthians erá investimentos em quase R$ 900 mi bancados pela verba pública. Agora, quando o Brasil venceu a falsa eleição para ser sede da Copa 2014, o então presidente Lula disse que estádios não seriam construídos com verba pública. Será que alguém acreditou?

Estádios públicos terem verbas públicas é normal. Não investimentos absurdos como o do Maracanã, mas era esperado. Assim é também em Minas Gerais, Brasília, Mato Grosso, Ceará, Amazonas, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia.

Pensando bem, com a exceção de São Paulo, Curitiba e Rio Grande do Sul, todos os estádios são do governo, sejam municipal, estadual ou federal. Como, então, o Presidente poderia dizer que não haveria dinheiro público na construção de estádios?

Enfim, veremos mais e mais absurdos com a verba pública para construções e reformas de estádios. Sem contar que a preços muito maiores do que serão gastos na Euro-2016, por exemplo. Daí, alguém irá dizer: Mas a Euro-2012, realizada pela Polônia e Ucrânia, teve atrasos gigantescos, obras com verbas milionárias, que excederam a programação. Mas, iremos nos basear pelo que é errado ou pelo que dá certo? O Brasil irá se nivelar por baixo para explicar os vexames da Copa 2014?

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