Futebol é detalhe

Neste domingo o futebol uruguaio voltou a ter uma grande conquista em sua história. A Celeste Olímpica ganhou a Copa América e, de quebra, se tornou a maior campeã do torneio continental, com quinze conquistas no total.

Além disso, a seleção uruguaia vem colecionando bons resultados. A equipe principal ficou na quarta colocação do Mundial de 2010, na África do Sul, tendo o atacante Diego Forlán como melhor jogador da competição.

Na base, o time sub-17 foi quarto colocado no sul-americano, sendo a única equipe a não ser derrotada pelo Brasil, campeão da edição. No Mundial da mesma categoria foi vice-campeão, perdendo o título pro México. Já a sub-20 foi vice-campeã sul-americana, perdendo o título para o Brasil. O feito, além de classificar o País para o Mundial da categoria, classificou o futebol uruguaio para as Olimpíadas, desbancando a Argentina, atual medalha de ouro.

Entretanto, os bons resultados no esporte bretão não aconteceram por acaso. Há cinco anos, quando o técnico Oscar Tabárez assumiu o comando, decidiu iniciar um grande projeto. Dentro do plano, ele abraçou todo o futebol uruguaio e fez um grande trabalho a partir das seleções de base do Uruguai.

Chamado de 'institucionalização dos processos da seleção e da formação de seus jogadores', o trabalho visa formar pessoas ao invés de olhar apenas para o futebol. Os garotos da base passaram a ter aulas, a entender a história do futebol uruguaio.

Também passaram a ter condições iguais a da seleção principal. Equimantos e campos de treino adequados, uma alimentação condizente com a de um atleta. Enfim, tudo que alguém precisa para praticar esportes.

Mas, o diferencial está nas aulas. Segundo o próprio Tabárez, o importante é formar cidadãos. Nem todos que passam pela base se tornam jogadores de futebol. O ideal é fazer com que todos saiam com uma base para aprender outras profissões e não apenas saber jogar bola.

Para os que completam o ciclo, eles convivem o tempo todo com a história do futebol uruguaio. Até o refeitório do centro de treinamento da seleção na capital, Montevidéu, é cercado por fotos de diversos momentos importantes do futebol do País.

Um país que tem um pouco mais de 3 milhões de habitantes se reergueu no mais comum esporte do mundo com um projeto fácil de ser executado. Desta forma, além de formar cidadãos, juntou talentos, e hoje, a seleção do Uruguai figura entre as principais e a famosa raça deixou de ser sinônimo de pancadaria.

Este exemplo deveria ser seguido pelo triste futebol brasileiro. O esporte deveria ser sempre uma ferramenta para a construção de um jovem, trantando da formação acadêmica, de caráter e sentimento pela pátria. Mas, infelizmente, no Brasil o futebol só se move por causa do dinheiro. Todos só visam ficar ricos, irem morar na Europa. Nem atletas, nem dirigentes valorizam a educação, a formação de uma pessoa.

Então, veremos por mais um tempo o Uruguai ser o maior da América, enquanto o Brasil continua sendo a seleção europeia, dos cabelos extravagantes, salários gigantescos e que se reúne uma vez por mês para dar vexames ao povo brasileiro.

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